Ontem, depois de dias do acontecido, lia uma reportagem sobre o roubo da prova do ENEM, onde ficou claro o amadorismo e simplismo da ação dos rapazes que apossaram-se da prova. Ela estava lá, disponível à todos. Era só pegar.
Hoje pela manhã o jornal lembrava da morte do eletrecista assassinado por um PM de folga por conta de uma briga de trânsito, relataram a morte de um outro PM a paisana em função de um tiro disparado por um colega e mostraram a prisão do meliante que assaltou e matou o integrante do movimento Afroregue e em como a polícia limitou-se a recolher os pertences roubados e liberar o "Romarinho".
Cito tudo isso pra começar bem o dia? Não, apenas faço uma constatação. Enquanto agardamos eventos e situações de risco megalomaníacas, grandiosas, o óbvio nos surpreende.
Aposto que a segurança da gráfica estaria preparada se tivesse que lidar com invasores armados, com assaltantes de "calibre".
Aposto que as familias dos PMs esperavam vê-los em rede nacional em situações de combate, exercendo ferozmente seu heroísmo.
Aposto que quem perdeu seus entes queridos esperavam que a partida seria decorrente de uma doença fatal, ou algo inevitável.
Mas não foi assim. Provas foram roubadas debaixo de câmeras de vigilãncia e olhares pouco atentos prejudicando uma legião de jovens que agora, além da pressão tem que aprender a lidar com a frustração. Mais uma família perdeu um ente querido por conta de uma briga tola de trânsito com uma pessoa que deveria respeitar e defender a vida, e não considerar-se onipotente por ter arma e farda. Amigos, parentes e familiares sentiram-se abandonados ao perceberem que os defensores da vida estavam mais preocupados com pertences pessoais do que deter aqueles que mataram por um par de tênis.
Ações simples poderiam tem evitado tudo isso. Atenção. Palavras. Atitudes. A obviedade do querer fazer. Eles podiam fazer diferente, mas não quiseram. Não foi por falta de incapacidade intelectual, perceptiva nem competência. Foi porque NÃO quiseram!!!
A obviedade disso sim choca e principalmente fere, toda uma sociedade que busca mudanças através de coisas simples: atitudes.
Joanna
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