quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Reminiscências

Estou pensando, pensando muito nos últimos dias.
Aquelas reflexões de final de ano, de recomeço...Confesso que nem todos os pensamentos são agradáveis. A maioria não é.
Acho que esse ano vivenciei a coisa do ciclo. Ciclos bons e ciclos ruins. Ciclos de alegria e ciclos de sofrimento.
Fiz um balanço do ano todo, fio a fio. E no final do meu balancete, cheguei a conclusões que me fizeram temer ser ingrata e injusta.
Não estou reclamando, apenas constatando. Tem coisas difíceis de se recuperar não tem? Principalmente as subjetivas, as sentimentais...as sensações que eram todas minhas, partes de mim, agora parecem foragidas. Não encontro em lugar algum! E olha que ando procurando aqui dentro hein!
Esse ano o ar ficou pesado, denso mesmo. Lembro de dias em que era difícil respirar, sobreviver era o máximo que eu podia fazer. Não foram poucos esses momentos. Mas eu teimei e continuei caminhando, em marcha lenta, em ritmo de ferido, mas continuei.
Tive momentos bons, felizes também, é claro. Amigos. Percebi, descobri, entendi meus caros e inestimáveis amigos. Cada um a seu modo me deu colo, carinho, apoio e atenção. Cada um deles me ajudou a continuar caminhando até que o ar se tornase mais respirável.
Houve o reencontro, a redescoberta, um certo renascer. Foi importante também. Muito importante.
Mas no saldo total ainda sinto falta daquela coisinhas, aquelas sensações, emoções, sentimentos tão valorosos quanto peculiares da minha natureza, que fazem ser quem eu sou, ou era, sei lá.
Acho que é por isso que me sinto desequilibrada as vezes, pendendo pra lugares que não quero ir, pra coisas que não quero ser, não quero fazer, não quero sentir...
No fundo, no fundo, sabe o que eu queria esse ano? Eu queria aquele momento mágico de "....". Isso mesmo, de ficar sem ar, sem palavras de sentir o peito explodir de felicidade, em que tudo parece fazer sentido em que as coisas parecem estar exatamente no local exato. Aquele momento de perfeição, que não se esquece, que se vive e revive na memória, no coração, na emoção milhares e milhares de vezes no decorrer da vida...
Ah! Se eu pudesse escolher qualquer coisa do mundo inteiro era esse meu presente! Um momento mágico, doce, singelo mesmo, mas cheio de significado, de representação, de amor, de vida, de luz. E esse instante seria tão forte e tão perfeito que apagaria da minha alma toda e qualquer marca de tristeza, desilução ou sofrimento que eu vivi esse ano, porque toda a vez que eu me lembrasse dele ele se tornaria ainda mais lindo e poderoso, faria meu coração disparar e sentir como se borboletas voassem no meu estômago...
Em apenas um instante...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Se

Me disseram pra não bancar a super mulher.
Me disseram pra não suportar a dor como eu suporto.
Me disseram que não preciso ser forte o tempo todo.

Mas se eu tirar a armadura, relaxar os músculos, descansar o sorriso...
quem serei eu?
Eu sou assim.
Eu enfrento a dor, vivo apesar dela.
Eu sou forte. Eu sou batalhadora.
Eu tenho um sorriso fácil, de quem não reclama da vida.
Eu recebe, aceito e vou em frente.
A despeito do que aconteceu.

Acredito que preciso ser mais forte que a dor, senão ela me derrota.
Acredito que tenho que ir além das minhas forças e batalhar pelo que eu quero.
Acredito que tenho que ser forte, muito forte para perdoar tudo e todos que eu perdôo. Inclusive a mim mesma.
Acredito que o sorriso vale mais que um rosto carrancudo de quem faz questão de se mostrar vitima da vida. O sorriso ilumina a vida e torna as coisas mais leves.
Acredito que ao aceitar um acontecimento não estou sendo conformada, apenas aprendendo o que tenho que aprender e seguindo a vida, com uma lição a mais...

Eu sou assim.
Eu acredito nessas coisas.
Eu sou assim :)